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Delta Lake na Prática: Dicas Essenciais para Pipelines Escaláveis

  • Foto do escritor: JP
    JP
  • 20 de jul.
  • 7 min de leitura

Como aplicar as melhores práticas recomendadas pelo Delta Lake e pela comunidade para garantir performance, confiabilidade e governança em seus dados.

Delta Lake
Pipelines escaláveis com Delta Lake


Introdução


Se você já se frustrou com dados inconsistentes, arquivos duplicados e pipelines lentas, você não está sozinho. Gerenciar grandes volumes de dados com segurança e eficiência continua sendo um desafio real em times de engenharia de dados. E é justamente aí que entra o Delta Lake: uma solução que combina o melhor do mundo dos data lakes com garantias de transações ACID e suporte nativo a operações de leitura e escrita simultâneas.


Neste artigo, quero compartilhar boas práticas que aprendi na prática — e que também são recomendadas pela documentação oficial do Delta Lake e por profissionais da comunidade. São dicas que, quando aplicadas corretamente, ajudam a reduzir dores de cabeça e a criar pipelines mais previsíveis, performáticas e confiáveis.


1. Entendendo o que é o Delta Lake


Delta Lake é uma camada de armazenamento transacional criada sobre arquivos Parquet. Mas o seu diferencial está em algo chamado Delta Log: um conjunto de arquivos JSON que registram todas as mudanças realizadas na tabela. Isso habilita funcionalidades incríveis como rollback, controle de versão e time travel.


Além disso, o Delta suporta workloads em batch e streaming de forma nativa. Isso significa que você pode construir pipelines unificadas sem ter que manter duas infraestruturas diferentes para processamento em tempo real e histórico.


Aprenda mais sobre Delta Lake aqui: Primeiros passos com Delta Lake


Exemplo: Você pode consumir um diretório Delta via Spark Structured Streaming enquanto outro job escreve dados novos via Spark batch sem conflitos ou corrupção.

2. Estratégias para Particionamento e Arquivos Otimizados


Escolher bem como seus dados são particionados e garantir que os arquivos resultantes sejam eficientes em tamanho são dois lados da mesma moeda. Juntos, esses fatores impactam diretamente o desempenho das consultas, o custo de armazenamento e a manutenção de suas tabelas Delta.


Escolha inteligente da partição


Particionar corretamente os dados é uma arte. Escolher a coluna errada pode gerar milhares de arquivos pequenos e ineficientes. Um bom particionamento melhora a performance de leitura e evita desperdício de recursos.


  • Prefira colunas com baixa cardinalidade, como year, month ou region.

  • Evite particionar por userId ou transactionId — isso pode criar milhares de arquivos pequenos.

  • Tente manter pelo menos 1 GB por partição para balancear eficiência e manutenabilidade.


Exemplo: Ao particionar uma tabela de vendas por month em vez de order_id, você reduz drasticamente o número de arquivos e melhora o tempo de consulta para relatórios mensais.


Os problemas com arquivos pequenos


Quando usamos colunas com alta cardinalidade ou não particionamos corretamente, acabamos gerando milhares de arquivos pequenos. Esses arquivos representam um sério gargalo de performance e operação por alguns motivos principais:


  • Overhead no gerenciamento de metadados: cada arquivo precisa ser rastreado pelo Delta Log, o que aumenta o tempo de leitura e o custo de manutenção.

  • Baixa eficiência na leitura: para retornar uma consulta simples, o motor precisa abrir dezenas ou centenas de arquivos pequenos.

  • Alto custo em sistemas de armazenamento distribuído: especialmente em serviços como S3, onde o número de chamadas de API importa.

  • Jobs mais lentos: operações como OPTIMIZE, VACUUM e MERGE ficam mais pesadas e lentas em tabelas com fragmentação excessiva.

Exemplo: Um job diário que escreve dados por order_id pode criar milhares de arquivos de 1 MB, tornando impossível realizar leitura performática sem compactação posterior.

Estratégias de compactação de arquivos


  • Use OPTIMIZE no Databricks ou coalesce/repartition antes do write no Spark.

  • Após compactar, use o comando VACUUM para limpar arquivos obsoletos e liberar espaço.

  • Arquivos com cerca de 1 GB costumam traz o melhor desempenho


Exemplo: Após rodar um job que gerou 500 arquivos de 5 MB, você pode usar df.repartition(10).write.format("delta")... para reduzir o número de arquivos e melhorar a performance futura de leitura.

É comum que jobs de Spark terminem gerando muitos arquivos pequenos. Isso acontece por conta do paralelismo e da escrita distribuída. Mas esses pequenos arquivos prejudicam bastante o desempenho.


3. Otimização com Z-Ordering


Se você sempre filtra os dados pelas mesmas colunas, como userId, aplicar Z-Ordering pode melhorar muito o tempo de resposta das suas consultas.


  • Exemplo: ZORDER BY userId reorganiza os dados no disco com base na coluna mais filtrada.

  • Combine com particionamento: por exemplo, PARTITION BY month + ZORDER BY userId.


Exemplo: Um dashboard que traz compras feitas por um cliente específico carrega mais rápido quando a tabela foi reorganizada com ZORDER BY customer_id, pois o mecanismo de leitura localiza os dados com menos leitura de disco.

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4. Versionamento e Time Travel


Essa é uma das funcionalidades mais poderosas e subestimadas do Delta. Com o Time Travel, você consegue consultar a tabela exatamente como ela estava em um momento passado. Isso facilita muito o debugging e auditoria de dados.


SELECT * FROM vendas VERSION AS OF 42;
SELECT * FROM vendas TIMESTAMP AS OF '2023-12-01';
Exemplo: Um erro em uma transformação gerou valores errados em uma coluna de receita. Com Time Travel, você consegue acessar o estado da tabela antes da alteração e corrigir os dados.



5. Evolução e validação de esquema


Lidar com esquemas de dados é um desafio constante em ambientes de dados dinâmicos. À medida que novos requisitos surgem, novas colunas ou tipos de dados podem ser adicionados — e é justamente aqui que entra a importância do schema enforcement e da schema evolution no Delta Lake.


Schema Enforcement (Validação de Esquema)


O schema enforcement garante que os dados gravados em uma tabela estejam em conformidade com o esquema definido previamente. Isso impede que campos extras ou com tipos incorretos sejam gravados acidentalmente, o que poderia causar falhas silenciosas ou inconsistência nos dados.


  • O que acontece se os dados não batem com o esquema? O Delta Lake irá lançar um erro no momento da escrita, evitando a persistência de dados inválidos.

  • Vantagem: proteção contra corrupção de dados e bugs difíceis de rastrear


Exemplo: Se a tabela clientes espera que idade seja um número inteiro, uma tentativa de inserir o valor "vinte e cinco" será bloqueada automaticamente.

Exemplo prático em PySpark


from pyspark.sql.types import StructType, StructField, StringType, IntegerType

# Definindo o schema esperado

schema = StructType([
    StructField("id", StringType(), True),
    StructField("nome", StringType(), True),
    StructField("idade", IntegerType(), True)
])

# Criando DataFrame com schema explícito

df = spark.read.schema(schema).json("/caminho/para/dados.json")

# Escrevendo com validação de esquema
(df.write
.format("delta")
.mode("append")
.save("/delta/clientes"))

Se os dados JSON tiverem um campo idade com valor inválido, o Delta Lake impedirá a gravação, mantendo a integridade da tabela.


Outra forma de reforçar a validação é configurar a opção spark.databricks.delta.schema.enforcement como true (default).

Schema Evolution (Evolução de Esquema)


A schema evolution permite que o esquema da tabela seja atualizado automaticamente durante uma escrita, desde que configurado para isso. Essa funcionalidade é útil quando novos campos precisam ser adicionados ao modelo de dados sem interromper o pipeline.


  • Como ativar: No Spark, use a opção .option("mergeSchema", "true") durante a escrita.

  • Quando usar: ideal para pipelines em desenvolvimento ou para integrações onde o esquema pode mudar com frequência.

  • Cuidado: utilizar schema evolution sem controle pode levar à inclusão desnecessária de colunas ou a variações inesperadas de estrutura entre arquivos.


Exemplo: Imagine que você começa salvando dados de pedidos com id, valor e data. Um dia, o time decide incluir a coluna canal_de_venda. Se mergeSchema estiver ativado, essa coluna será adicionada à tabela sem erro

Dica prática


Uma boa abordagem é combinar schema enforcement com evolution em ambientes controlados. Use evolution apenas para inclusão de colunas novas (evite mudanças de tipo) e monitore constantemente as alterações no esquema.


Dados imprevisíveis são uma realidade. Às vezes uma nova coluna aparece do nada. Para isso:


  • Schema enforcement garante que só dados no formato correto sejam aceitos.

  • Schema evolution permite adicionar novas colunas de forma automática. Mas use com moderação para não causar surpresas.

  • Adicione constraints (NOT NULL, CHECK) para evitar erros silenciosos.


Exemplo: Ao ativar mergeSchema, novas colunas podem ser incluídas automaticamente em uma tabela sem falha de escrita. Porém, isso pode gerar problemas se não houver validação manual.


6. Operações DML eficientes


Delta permite comandos MERGE, UPDATE, DELETE, o que é ótimo. Mas essas operações deixam rastros no chamado deletion vector, o que pode afetar performance ao longo do tempo.


  • Evite deletar e atualizar registros em larga escala com frequência.

  • Use filtros específicos no MERGE para reduzir o número de arquivos afetados.

  • Limpe periodicamente com OPTIMIZE ou REORG TABLE.


Exemplo: Um job diário que faz MERGE de 100 mil linhas pode começar a apresentar lentidão depois de alguns dias. Agendar um OPTIMIZE semanal resolve o problema.

7. Ativando recursos avançados


O Delta Lake está sempre evoluindo. Novos recursos como liquid clustering, optimized writes e deletion vector compaction ajudam a manter sua base eficiente mesmo com grande volume de dados.


  • Atualize sua engine com frequência.

  • Ative os recursos via configurações (SET spark.databricks.delta.features....).

  • Acompanhe o roadmap oficial do Delta Lake.


Exemplo: Com o optimized Writes, você reduz o número de arquivos gerados sem precisar de ajustes manuais no código.

Conclusão


O Delta Lake é muito mais do que uma solução técnica: é uma forma de pensar dados de maneira confiável e sustentável. Quando aplicamos boas práticas como controle de esquema, compactação de arquivos e uso estratégico de particionamento, criamos um ambiente onde os dados fluem com mais facilidade e menos dor de cabeça.


Se você está começando com Delta, comece pequeno. Identifique quais dessas práticas fazem mais sentido para sua realidade hoje e implemente aos poucos. Acredite, seu futuro "eu" — ou seu time de dados — vai agradecer.


Referências



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